Nós, estudantes de
geografia da região sudeste, reunidos no conselho em Campos dos Goytacazes RJ,
no dia 20 de outubro de 2013, com base nos debates realizados no Encontro de
Estudantes de Geografia da região sudeste (EREGEO-SE) vimos por meio desta
afirmar que ir as ruas é uma maneira de combate social e uma forma de resistência
política que se estabelece fora da máquina eleitoral. É um movimento social
fazendo política por si mesmo. A política não é só para governantes. Não
entregamos nosso direito de fazer política, por isso queremos decidir todos os
dias sobre a gestão de nossas vidas. São nas mobilizações que estão as
possibilidades da transformação da sociedade. É importante pensarmos e
organizarmos espaços e comunidades políticas alternativas, pois nossos mais
sinceros sonhos não cabem nas urnas.
Repudiamos todos
sentimentos preconceituosos expressos por atitudes de bases nacionalistas
ufanistas cegas nos protestos em todo o Brasil. Entendemos que o Estado faz
parte do capitalismo e repudiamos todo e qualquer projeto de desenvolvimento
classista que não vise única e exclusivamente a promoção de um desenvolvimento
social pautado na igualdade. Sendo assim, é inamissível a ideologização e o
apelo ao discurso nacional para única e exclusivamente legitimar os megaeventos
(copa do mundo e olimpíadas) que, em si, é uma estratégia de desenvolvimento
que reafirma a clivagem social sacrificando direitos sociais e políticos. Repudiamos a FIFA que, através da
ideologização do esporte e para o fim único do lucro, impõe verdadeiros
“estados de exceção” e expropriação dos direitos sociais, reafirmando a
condição de desigualdade e subalternização já crônica da maioria da população. Repudiamos todas
as remoções. Queremos educação pública
de qualidade e saúde pública de qualidade. Mas, “não se faz Copa com
Hospitais”.
Apoiamos a luta dos
professores do Rio de Janeiro. Somos contra qualquer tipo de precarização do
trabalho docente e defendemos a educação pública de qualidade. Compreendemos
que as mobilizações da greve re-iluminam e dão novo fôlego a varias das pautas das
lutas históricas de junho, como a pauperização e a mercantilização do trabalho
e do papel do Estado na promoção da justiça social.
Apoiamos a ocupação
da reitoria da USP. Entendemos que as tomadas de decisões de uma universidade
devem ser as mais democráticas possíveis. O espaço da universidade deve ser
popularizado e todas a opiniões e sugestões devem ser ouvidas e respeitadas. Não
fazer isso é um retrocesso. A USP tem o dever de realizar as eleições diretas
para reitor.
Apoiamos a ocupação
da câmara de Curitiba iniciada no dia 15 de outubro. Fazemos nossa a bandeira
de luta pelo transporte público gratuito e de qualidade.
Repudiamos a
truculência policial em todas as iniciativas populares em todo o Brasil. Defendemos a desmilitarização da polícia e
queremos um debate mais profundo de segurança pública.
Fazemos nossa a
luta dos povos da terra, das florestas, dos rios e dos mares que perdem suas
vidas todos os dias. Apoiamos toda e qualquer luta em defesa do território, da dignidade,
e que respeite a diferença e a pluralidade, bases de uma democracia real e de
uma sociedade igualitária e mais justa.